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quinta-feira, 25 de junho de 2015

"O que será do Kung Fu sem a Tradição?"

O que será do Kung Fu sem a Tradição?
Com todo o progresso, tecnologia, atualizações, nos habituamos a tudo descartar e a tradição desvalorizar.
Não tenho nada contra o novo, mas me pergunto o que seria das Artes Marciais sem a cultura Milenar, sem os Mestres perpetrarem a Tradição. Aliás, ultimamente me pergunto “o que para as próximas gerações essa arte significará?”
Os tempos mudam e é provável que nos dias atuais raramente alguém ajoelharia em frente a um templo para ser aceito pelo Mestre e treinar. No máximo o faria para uma “selfie” compartilhar, para aparecer e na “rede social bombar”. E da mesma forma, essas pessoas vão buscar todos atalhos e facilidades na própria vida.
A questão não é o “jeitinho brasileiro” que estamos habituados a tudo aplicar. Acontece que, facilidade não combina com o Kung Fu, não com o verdadeiro Kung Fu.
Um dia, ouvi do meu Mestre que poderia chegar ao meu objetivo, mas seria árduo, trabalhoso e, porque não dizer doloroso? Que todas as pessoas têm total capacidade, mas nem todos suportariam atravessar esse longo, único e penoso caminho.
Descobri então, a cada treino, o valor da “tradição”. Palavra originária do latim, que tem como significado “passar adiante”, ao ser descartada, leva com ela a verdadeira essência da Arte Marcial, bem como o peso de milhares de anos de história e esforço.
História e esforço que muitas vezes, por alguns alunos, não são desejados ou talvez não sejam entendidos, razão pela qual aos poucos deixam de ser passados, se perdendo e tornando-se devaneios, da mesma forma que aos poucos tem se apagado o valor dos guerreiros, sendo que em algumas academias “Kwan Kun” já não é nem mais mencionado ou mesmo visto.
E então, quando o significado esvaecer, quando a “tradição” deixar de ser utilizada, cedendo espaço para exercícios mais fáceis, o Kung Fu talvez chegue a ser somente um esporte ou uma forma bonita para emagrecer, sem a energia, sem o peso do cansaço e da dor, sem a força da persistência de cada discípulo e o valor e paciência de cada Mestre, que a cada dia acreditou na evolução, na capacidade e na transformação daqueles que o seguiam e que, por mais ensinamentos pediam.
O general Zhang dizia que “quando uma geração fica folgada, a segunda irá se entregar a caprichos imorais”.
Assim, por mais difícil que tem sido aplicar o tradicional Kung Fu, por mais árduo que tem sido prender a atenção e manter o incentivo dos discípulos, nessa época em que o “status” e a aparência apresentam maior importância que a verdade, nas mãos de cada Mestre está a responsabilidade sobre o futuro das Artes Marciais, em permitir que seja dissolvida ou ainda mais fortificada e com as tradições enraizadas.
*Pou San Chuan
Academia de Artes Marciais
São José do Rio Preto - SP


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